segunda-feira, 9 de março de 2009

Fedor

O fedor salvou sua carne de não putrefar ao alento. Dorival nunca incomodou ninguém da vizinhança. Homem calado. Morador de casa de muro alto nem mesmo lhe viam. Não vinha gente em sua casa, pelo menos era o que comentava Dona Liduina, sua vizinha.
Na noite de sexta,14, Russo apareceu, entrou em sua casa, arrombou a porta e o encontrou dormindo. Prendeu o velho no lavabo (inútil até então), amordaçado e amarrado nos punhos. Roubo-lhe o que podia carregar.
Diabético, 10 horas depois o velho Dorival, em causa da cetoacidose, vomitou e morreu sufocado pelo vomito. Antes sentiu fortes dores abdominais e muita náusea.
Dona Liduina não escondeu o pouco do sentimento de prazer por ter conseguido entrar na última casa que faltava-lhe conhecer da rua, pouco importou-se com o fedor que pairava.

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