terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Jorge Lelé

Impávida e sem calcinha, Maria permanecia de olhos sombrios rodeada por 6 policiais e 3 jornalistas. O crime sofrido fora estupro e algumas fraturas pelo ato sexual do criminoso.
Jorge Lelé era como respondia. Morador de rua a tempos desconhecidos tinha problema de convivência social, embora nunca tivesse levantado a voz a um só ser em meio de rua. Andava com rastejo original e fedia muito. Não pedia, comia do lixo. Contudo, Jorge era perverso: atacava sempre de noite após analisar a foto da vítima e sua idade; com um pé de cabra violava o lar da escolhida; (não dava voz de estupro) desajeitado, apenas, posicionava-a de quatro; tirava sua calcinha e guardava no bolso e em vai e vem sórdido galava sua vítima deixando-a ao léo. Saia pelo mesmo muro que pulava.
De cemitério em cemitério Jorge já houvera violado 14 caixões e nesta noite pretendia mais um.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Catolé

Ao chão, Acácio esperava o disparo de César. Passado minuto, levantou-se para saber o que ocorrera. No bar de Aurea, Jorge ainda trêmulo tentava entender porque ainda vivia. César disparara um trinta e oito inteiro mirado no peito de Jorge. Catolé ocorrera por milagre talvez. Acácio do portão de casa, ainda não compreendera o que houvera, mas sem sangue no bar entrou.
Jorge mesmo vivo, ainda depois de todos terem ido – decepcionados – não entendia. César dormia em casa, depois de ter descontado na mulher Dália toda a raiva.
Jorge foi-se depois do último talo de cachaça rasgado na garganta. Em rua estreita começava já a assimilar bem humorado o milagre grande. Não tinha humildade em agradecer Deus, porém ria alto do infeliz César.
Um tiro abafado por aquele amontoado de casas. Por honra de família e para salvar a mãe de outra sova, Fabiano de 14 anos apontou torto o mesmo berro a Jorge. Acertou-lhe no peito. Catolé não acontece duas vezes em mesma pessoa. Na manhã Acácio ao olhar o corpo, foi correndo para escola contar a história, agora com desfecho certo.

sábado, 25 de outubro de 2008

Matou e foi para a igreja

Cravado punhal certo certo no coração, deixou a vítima agonizando e caminhou para a igreja betesda a duas casas do crime. Já roubou, ameaçou com arma de fogo, bateu para deixar em coma, mas matar nunca. O motivo foi banal.
Me arranja um careta desse?
Não tenho.
Do que você me chamou?!
Disse não tenho porra.
Laranja é o caralho filha da puta.
No desentendimento, a briga se principiou. Com pé erguido Leo (que pediu o cigarro) acertou o peito de Landir que caiu. O assassino levantou-se numa posição para ataque parecida com a de guerreiro de filme hollywoodiano e fincou o punhal em Leo.
Terminada a missa, vagou pela região da praia de Iracema por oito dias até que caiu alvejado por 6 tiros de um trinta e oito. Promessa na beira do caixão de Leo feita e cumprida por seu irmão.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Tocaia

O criado mudo de João Augusto estava sustentando uma cápsula de 38.O juiz mal quisto na cidade desconfiou de Adão, delegado preso por ele e que fora solto a dois dias por alvará mal digerido. Ao ver a cápsula,pensou consigo como era baixo e amador o homem gordo. Foi tomar um banho para tirar cheiro de cadeia do seu corpo.
Augusto em dois anos de magistrado em Ji-paraná havia feito imprensa, delegados, juízes, fazendeiros, cocaineiros e advogados como inimigos. No Diário do Madeira, por vezes, sua mulher era chamada de puta e ele de doente mental. Sofria, mas apresentava sempre uma cara sisuda que construíra para sobrevivência.
Deitado na cama refrigerada pelo ar condicionado não ouviu o carro da sua esposa Ana chegar à casa. Quem dirigia o carro era Ricardo que carregava no porta-mala Ana morta dentro de um saco preto.Retirou a mulher do saco ainda um pouco quente e deixou-a na sala.
Ao abrir a porta do quarto o matador Ricardo direcionou logo a arma com uma garrafa de Coca-Cola dois litros servindo de silenciador para João Augusto. O juiz já aguardava desgraça anunciada, por reflexo no espelho da pentiadeira apontou e atirou preciso três tiros no matador de meia idade.
No outro dia jornal dava em primeira página. “Juiz preso por matar mulher e amante”.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Prazer

A noite começou feliz para o caminhoneiro Humberto. Em forró de beira de estrada se aproxegou da melhor puta, segundo ele, do local. A tempos, nas andanças da estrada, vez por outra, encontrava a mulher que até a primeira fala era-lhe miragem. “Te vejo em todo o canto.” “Gosto de lugares e pessoas novas.” “É quanto?” “Boquete 25, foda 50.”
A mulher de bunda grande parecia a mais sóbria entre todos do forró. Humberto bêbado lhe ofereceu bebida e ela negou. Sem delongas, pegaram viela escura, onde geralmente faziam-se os programas. O forró não era especializado.
A ansiedade foi tanta que o caminhoneiro começou tentando penetração no cú da mulher. “No cú é 90, tem?!” O homem não respondeu, apenas tirou roupa restante e conscientizou-se do que podia. Foram meia-hora de sexo e satisfação para o caminhoneiro já apaixonado. Ao deixá-la Humberto carinhosamente perguntou-lhe o nome. “Muito prazer, meu nome é Aids”.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Suícidou-se

Depois de colocada a arma dentro da própria boca atirou seguro. Antes acordou, tomou café apressado, deu o mesmo beijo na esposa e partiu para o trabalho. Era diretor de marketing da Multinacional Coca-cola. Ao sair do trabalho pegou trânsito costumeiro, buscou os dois filhos no Colégio Domus Sapiente e dirigiu-se a casa nos Jardins.
Sua mulher o esperava preparando macarronada para o jantar. Quando ouviu o barulho do carro procurou rapidamente colocar a macarronada à mesa. Estranhando demora no entrar, foi até a sala. Ao ver o marido, desmaiou.
Arrastando os dois filhos mortos, José não se comoveu com o desmaio e acertou dois disparos de uma colt na mulher que morreu na hora. Antes de se matar ainda teve o cuidado de reunir a família no sofá.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

noite de carnaval

Pelo rosto inchado, olhos vermelhos e baixos e fala incognitível, Mara o sentenciou como drogado. Era seu filho, Flávio, que chegou em casa por volta das 3 da manhã em casa. O dialogo entre ambos não se deu. Tanto pela fala de Flávio quanto pela raiva de Mara. O filho de 27 anos ainda tentava alguma forma de comunicação, apoiou com os braços seu corpo no ombro da mãe. Tentava um contato com o olhar dela, porém a tontura e a visão embaçada impediram-no. Mara intransigente a situação empurrou o corpo magro de 1,76 do filho ao sofá. Flávio sem força foi levado, depois de um tropeço na mesa de centro que lhe causou leve luxação no joelho.
Era uma terça de carnaval, o rapaz com mais dois amigos, Francisco Maria da Costa, vulgo Candiru, e Marcio Dentinho, saíram por volta das 7 da noite para o bloco de carnaval conhecido como “Vai quem quer”. Ao chegarem à festa Flávio cheirou cocaína, fumou maconha e bebeu pouco.
Depois da festa os amigos tomaram rumos diferentes. Próximo a sua casa, Flávio era esperado. Pelas costas foi acertado na cabeça por um porrete. A arma revestida de sal grosso impediu a exposição da hemorragia. Era o desfeche de briga antiga. Flávio teve uma hemorragia interna crânio-encefálica, morreu minutos depois de cair no sofá.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

fúria

A casa de Maria Francisca foi degradada, hora antes de chegar em casa. Enquanto enxugava as lágrimas de desespero para ver melhor a destruição, pausava em cada objeto que lhe custou caro e examinava-os, leigamente, na possibilidade de conserto.
Ela não tem inimigos. Nem amigos. Os familiares são pouco presentes.
Ao chegar no banheiro, viu no espelho pequeno de moldura laranja riscado a palavra vingança. Não lhe significou nada, pois nada devia. Na procura de informações descobriu por vizinhos que umas 20 pessoas entre velhas, velhos, crianças, jovens invadiram enfurecidos sua casa na busca de vingança.
Doze horas antes, José Francisco, 17, irmão de Maria, matou Leo, 16. O assassinado perdeu um DVD dos Racionais original do acusado, que no intuito de assustá-lo, enfiou-lhe faca amolada no estomago. Porém, para Leo, bastou.

domingo, 10 de agosto de 2008

Alice

Atentado por vizinho, entrou em casa, bateu na esposa e logo foi ao quarto onde a filha, de quatro, silenciosa, transava com o virgem Amilton. Depois disto, todo santo dia, Elivielton chora e bebe lembrando da cena.
Alice não sabia o nome de Amilton, mal sabia o que ocorria, o crack fez a se perder de novo em mundo diferente, aquele que sempre volta desde a primeira pedra. A mãe sabia o nome de Amilton, esperava-o. O menino precisou roubar 7 reais da carteira do pai para comprar uma foda com Alice. Três clientes por dia davam o suficiente para sustentar mãe e filha em vício maldito.
Hoje, seca, a menina de treze, dois anos depois do ocorrido, espera todo santo dia, em frente ao riacho Maceió, cliente chegar e, por três ou cinco reais, faz-lhe um boquete rápido.
O primeiro trago seco e fedido logo a deslocou para mundo distante que acabava rápido. Alice não sabe mais viver em outro lugar.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

e as pessoas da sala de jantar

A pancada lhe foi seca, em cheio no crânio, que estraçalhado manchou a rua. Era catador a 1 ano e meio. Sem ambição, Wellington da Aparecida morreu vítima de uma colisão entre sua carroça e um Honda Civic de placa e dono desconhecido, pois o imundo fugiu.
De lembrança o criminoso levou migalhas de cérebro molhadas de sangue da sua vítima, a qual morreu sem poder nada. Nem ter medo da própria morte lhe foi concedido. Único consentimento, feito ao seu corpo, foi vala comum dividida com mais 40 corpos e dois baldes de resto de gente da faculdade de medicina da UFC. Às pessoas do restaurante ao lado do crime restaram-lhes o pouco ou muito do jantar que continuaram...

domingo, 20 de julho de 2008

sem fala

Aberto fresta pequena, ele desceu faceiro com uma faca em cima do corpo da vítima. A moça era de rosto muito feia. Esburacado pela quantidade de espinhas que lhe consumiram na adolescência, trazia, além disso, um nariz torto, causado por um soco do pai, construindo, assim, uma face desprovida. O que de belo tinha no rosto era a serenidade. Por 45 minutos, a besta derramou-lhe suor e sêmen fétido por todo o seu corpo, amaldiçoando-o em ritual diabólico.
Lisa, sem nenhuma mancha e alva como uma dondoca. Movimentava em rebolado involuntário uma bunda enorme e dura do caminhar. A barriga reta de pouca comida e muito trabalho físico na sua casa e em lares alheios aumentavam ainda mais o volume da bunda e salientavam os seios fartos. Ela ainda tentava cobri-lo com saias longas e feias, e blusas largas que lhe caiam rengas pelo corpo, mas era muito volumosa. Suas roupas traziam entre os homens mais fetiches.
Gilvania da Conceição Almeida só pensava no seu rebento que dormia ao seu lado, por isso deixou facíl a ação do estupro pelo vizinho. Este voltou para sua casa pela porta da frente. Conceição, como é conhecida, vendo o sair ainda ficou por horas com choro soluçado.

sábado, 12 de julho de 2008

Por amor

O primeiro puxar serviu apenas para afrouxar. No segundo o resultado desejado. Simultâneo à ação sinistra, lágrimas e um chorar de quem perdeu o perdido. Um último beijo de gosto nojento seguido por uma ânsia de vômito, e Cláudio a colocou de volta na eternidade. Silvana era o nome dela, hepatite a causa de sua morte. Ao ser recolocada no caixão, Cláudio ajeitou desnecessariamente o decote dela. Em dois anos de namoro, Cláudio nunca gostou de decotes; chamavam atenção demais. Na prisão, quando Silvana ia lhe visitar, era uma briga só.
Após ter terminado o serviço de enterrá-la, Cláudio cheira o chumaço de cabelo arrancado de sua amada no segundo puxão. Última lembrança, já que não o liberaram da prisão para se despedir da noiva. O cabelo fedia verme e barata.
Era já 12h12min no seu relógio digital, precisava ir. Saiu tranqüilo como entrou, um pouco mais fanhoso pelo choro. Ao chegar em casa, foi à cozinha pegar o pote que havia reservado para guardar o cabelo de Silvana. Era de vidro, ficaria no seu criado mudo.
Para o desfecho do serviço criminoso, a queima das provas. Alguns jornais e um pouco de álcool fazem a fogueira e, de frente ao fogo, Cláudio se despe e queima todas as suas roupas. Olha pela última vez as horas, 02h03min, e joga seu relógio. Às 3h, Cláudio já tinha feito fogo o suficiente para chamar atenção dos vizinhos e da polícia. Dez para as cinco, marcado no relógio de parede da delegacia, Cláudio tinha terminado a história no interrogatório. O delegado, a escrivã e os policias estarrecidos olhavam-no. Cláudio vendo o choque de todos termina:
“Fiz isto por amor...”.