sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Tocaia

O criado mudo de João Augusto estava sustentando uma cápsula de 38.O juiz mal quisto na cidade desconfiou de Adão, delegado preso por ele e que fora solto a dois dias por alvará mal digerido. Ao ver a cápsula,pensou consigo como era baixo e amador o homem gordo. Foi tomar um banho para tirar cheiro de cadeia do seu corpo.
Augusto em dois anos de magistrado em Ji-paraná havia feito imprensa, delegados, juízes, fazendeiros, cocaineiros e advogados como inimigos. No Diário do Madeira, por vezes, sua mulher era chamada de puta e ele de doente mental. Sofria, mas apresentava sempre uma cara sisuda que construíra para sobrevivência.
Deitado na cama refrigerada pelo ar condicionado não ouviu o carro da sua esposa Ana chegar à casa. Quem dirigia o carro era Ricardo que carregava no porta-mala Ana morta dentro de um saco preto.Retirou a mulher do saco ainda um pouco quente e deixou-a na sala.
Ao abrir a porta do quarto o matador Ricardo direcionou logo a arma com uma garrafa de Coca-Cola dois litros servindo de silenciador para João Augusto. O juiz já aguardava desgraça anunciada, por reflexo no espelho da pentiadeira apontou e atirou preciso três tiros no matador de meia idade.
No outro dia jornal dava em primeira página. “Juiz preso por matar mulher e amante”.

2 comentários:

Gabriel Gonçalves disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Tarik Otoch disse...

Bela manchete!!!