quinta-feira, 28 de maio de 2009

Empirismo

Jaqueline sempre morou na mesma casa. Com a fuga da mãe, logo na infância, assumiu as tarefas do lar. Desde os 8 anos, a menina cozinha todos os dias para o pai. Afonso, como atende, homem sisudo sempre manteve por medo a filha em regime semi-fechado. Jaqueline não tem amigos, apenas um diário no qual desde o começo da sua escrita anota suas atividades e sonhos.
De 15 dias para cá Afonso reclamava vez por outra da comida da menina. Ela por sua vez pedia desculpas submissas. O homem demorou apenas 15 dias reclamando do novo tempero da filha, por envenenamento Afonso morreu sem ajuda médica na própria casa. Jaqueline fugiu, seguindo a sina da mãe, deixou o diário, explicando que o abandono era por vida nova, nele explicou todos os quinze dias, veneno por veneno, sintoma por sintoma, como uma cientista.

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